ELOÁ MORREU EM UM SEQUESTRO QUE ABALOU O BRASIL !


Para entender um crime passional, precisamos entender antes, a paixão:

Paixão: do latim passione = sofrimento, sentimento excessivo; afeto violento; entusiasmo, cólera, grande mágoa; vício dominador; alucinação; sofrimento intenso e prolongado; parcialidade;o objeto de forte desejo ou de carinho profundo.

Paixão, palavra de origem Grega derivada de paschein, padecer uma determinada ação ou efeito de algum evento. É algo que acontece à pessoa independente de sua vontade ou mesmo contra ela. De paschein deriva pathos = patologia. Pathos designa tanto emoção como sofrimento e doença. As paixões, entendidas como emoções, mobilizam a pessoa impondo-se à sua vontade e à sua razão.

Então, não é aceitável a justificativa: "Matei por amor." Aliás esta frase foi dita à imprensa de forma dramática pelo paulista Raul Fernandes do Amaral Street, o Doca Street. Horas depois de um julgamento e sob aplausos, Doca caminhou sem culpa pelo chão de um tribunal de Cabo Frio (RJ), em 1979. Fora absolvido do assassinato da namorada Ângela Diniz, com três tiros no rosto e um na nuca. Dois anos depois, a promotoria recorreu e o slogan "quem ama não mata", repetido à exaustão por militantes feministas que acompanhavam o segundo julgamento, foi decisivo para a vitória contra a impunidade. Em decisão histórica, transmitida pela tevê, Doca foi para a cadeia. Desde então, os crimes passionais passaram a ser julgados com um olhar menos machista.

Durante 3 anos a procuradora de Justiça do Ministério Público de São Paulo Luiza Nagib Eluf fez um levantamento de 14 crimes passionais mais famosos do país e os reuniu no livro: Paixão no Banco dos Réus, lançado em 2002. "A paixão que denota o crime passional é crônica, obsessiva e nada tem a ver com amor", diz ela. "Pode ter havido amor em algum momento, mas o que mata é o ódio, o ciúme doentio, a possessividade, a sensação de poder em relação à vítima."

Fonte:http://www.terra.com.br/istoegente/148/reportagens/capa_paixao_condenada_02.htm

Segundo Benedito Raymundo Beraldo Júnior, "homicídio passional é o homicídio cometido por paixão, tanto pode vir do amor como do ódio, da ira e da própria mágoa. O sentimento, neste caso, move a conduta criminosa. O agente comete o fato por perder o controle sobre seus sentidos e sobre sua emoção, na maioria das vezes comete-o sob o argumento da legítima defesa da honra.É chamado de passional o crime cometido num momento em que um dos dois é rejeitado. Os sentimentos presentes são egocentrismo, egoísmo, egolatria. O sexo, principalmente da parte do homem, infelizmente tem a ver com o poder. O que deveria ser uma coisa prazerosa nem sempre é. Os homens sempre quiseram mandar nas mulheres, por isso se viram no direito de matar."

"Não é por amor mesmo. É paixão que se transforma em ódio. O que leva à morte é o ódio feroz porque a pessoa foi rejeitada. É uma série de sentimentos baixos, ruins, que levam ao assassinato. O ciúme é um sentimento que todo mundo conhece e sabe que provoca raiva, humilhação.

Em meio a esta combustão de sentimentos controversos a violência contra a mulher, praticada pelo seu companheiro, aumenta. O descontrole emocional, a perda da auto-estima, a imaturidade dos indivíduos em lidar com a sensação de derrota, quando se sentem abandonados, rejeitados, constitui lamentável realidade nos dias atuais. Homens traídos são qualificados de forma pejorativa, existindo enorme cobrança social, que é produto de uma sociedade patriarcal, machista.

Homens foram condicionados a não demonstrar sentimentos e a tratar questões relevantes de forma não pacífica. A rejeição ou contrariedade a todo legado cultural existente, em que o homem reinava como ser absoluto, não foi assimilado de forma integral pelas gerações que sucederam. O conflito se faz existir onde outrora só existia o homem, o macho, o varão como centro do universo.

O perfil do assassino passional

• Na maior parte das vezes nunca matou ninguém e sua conduta violenta é, principalmente, em relação a uma mulher específica. Dificilmente mata mais do que uma vez. O criminoso forma uma combinação explosiva com uma determinada parceira.

• A receita da tragédia: homem mais velho, inseguro, ciumento, possessivo, vaidoso e egoísta, relacionado-se com mulher mais jovem, que não reage, mas sabe manipular os sentimentos do cônjuge.

• Quando a mulher reage e decide pôr ponto final na relação, ele pede de volta objetos dados como presente. Incrédulo, pois se considera dono da mulher, tira a vida dela. Às vezes, não suporta a perda da amada e, depois do crime, comete suicídio.

* Fonte: procuradora Luiza Nagib Eluf e advogado Márcio Thomaz Bastos

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Culpa de quem??? Já li de tudo nestes dias: uns dizem que a culpa é das Eloá que rejeitou o amor do rapaz; há aqueles que dizem que o Lindemberg é um doente mental e não pode responder pelos seus atos, há ainda os que preferem simplesmente passar por cima de tudo e acreditar na providência divina … (mesmo ela tendo perdido massa encefálica, estar com a bala alojada na nuca e ter grande parte de seu cérebro já comprometida…viva talvez venha a ficar … mas a que preço e com que sequelas? Mas a realidade nua e crua é que Eloá se foi ...

Então neste momento penso nas outras meninas que estão por aí se enamorando de outros lindembergues. Meninas novas , com seus 12, 13 , 14 …15, 16… 18… anos… meninas que querem se tornar mulher antes da hora… que não vivem a sua adolescência como adolescentes. Adolescentes que se envolvem em relacionamentos "amorosos" , muitas vezes muito mais sexuais que sentimentais… dão tudo ao namorado… tudo em troca de prazer, de status, de falso poder… dão tudo e nunca pensam nas consequências. Vivem apenas o momento presente.

Outras eloas e outros lindembergues com certeza existem por aí… mas as nossas eloás não forma educadas pra ler nas entrelinhas dos gestos dos seus namorados as suas outras intenções… eloás e linbembergues são frutos de uma geração de pais que pregavam a liberdade total e inconsequente. Famílias que não conversam mais com seus filhos, mas que dão tudo: excesso de proteção ou liberdade, poucas responsabilidades, quase nenhum limite.


FONTE (No Compasso)

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