A BEBIDA QUE ESTIMULA OS SENTIDOS !

Enologia é a ciência que estuda todos os aspectos relativos ao vinho, desde o plantio, escolha do solo, vindima, produção, envelhecimento, engarrafamento, venda, etc. Existem pouquíssimas faculdades de Enologia, estando as principais na França e Italia. Em Portugal também há algumas escolas para apoiar a excelente produção de vinho deste país. Assim, o enólogo é o profissional graduado que cuida de todo o processo de vinificação (processo em que a uva se transforma em vinho), e é também o responsável por decidir quando o produto será vendido. A Enologia é uma ciência moderna que reúne o conhecimento científico relativos a diversas áreas para se estudar os fenômenos relativos ao vinho. As disciplinas de base para a formação do enólogo incluem a entomologia, fisiologia, matemática, estatística, geologia, botânica, microbiologia, física, marketing, economia, climatologia, química, etc. Além das disciplinas voltadas para a prática da enologia como a vinificação, viticultura, marketing de vinhos, operações unitárias relacionadas a elaboração do vinhos, controle de qualidade e análise sensorial.

Vinho, a bebida dos cinco sentidos...
O vinho nunca foi uma bebida como as outras. Durante milênios, representou a única fonte de conforto para o ser humano e, na Antigüidade Clássica, já havia ultrapassado a esfera mundana. "Os gregos bebiam efetivamente o deus do vinho, e tê-lo dentro de si afastava de fato as preocupações", relatado no livro A História do Vinho (ed. Companhia das Letras). O poder atribuído ao deus Dionísio - Baco para os romanos - nada mais é do que a capacidade que o vinho tem de fazer a natureza humana se manifestar. Sob a ação dele, os sentidos fica à flor da pele, mantendo viva a aura mística ao redor desta bebida, resultante da fermentação da uva. Ainda hoje, receber os amigos em torno de um bom vinho é um rito de celebração à vida, um brinde aos mais puros sentimentos e sensações.

VISÃO...
No ritual de degustação, admirar a cor da bebida é o primeiro passo. Por essa razão, as taças devem ser de vidro ou cristal transparente, segundo a sommelier Anna Rita Zannier. Nos tintos, o bonito tom avermelhado é proveniente das cascas da uva, que são acrescentadas ao suco da fruta, o mosto, antes do processo de fermentação. Os brancos, diferentemente do que muita gente imagina, também são produzidos de uvas escuras, só que sem as cascas. Já no caso dos vinhos rosês, tão na moda, as cascas participam do processo, mas por pouco tempo. Em alguns casos, como no dos espumantes rosês, a coloração rosada se dá pela mistura da bebida tinta com a branca .

OLFATO...
Sentir todos os aromas do vinho é uma etapa que sempre antecede a degustação propriamente dita. Profissionais são capazes até de descobrir quais uvas entraram na composição da bebida. Mesmo quem não tem o olfato tão apurado potencializa o prazer proporcionado pelo vinho ao cheirar antes de levá-lo à boca. Dos cincos sentidos, o olfato é o mais completo e só ele permite apreender nuances que o paladar deixa passar despercebidas.

TATO...
Para que atinja a plenitude de aromas e sabores, o vinho deve ir ao copo na temperatura certa, que varia de acordo com o tipo de bebida. Confira: brancos, entre 8 e 10 ºC; tintos, entre 14 e 18 ºC; brancos doces, entre 5 e 7 º C; espumantes, entre 6 e 8 ºC. Manter as garrafas em adega climatizada é a forma mais eficiente de garantir que estejam na temperatura correta na hora do serviço. Para quem não dispõe desse conforto, o bom e velho balde de gelo continua sendo uma saída para os brancos e espumantes. Já os tintos, nos dias quentes, podem ser deixados na porta da geladeira por uma ou duas horas.

PALADAR...
Durante muito tempo prevaleceu a idéia de que o vinho tinto combina com carne ou massa e o vinho branco com peixe. Mas não é bem assim. Promover o casamento perfeito entre comida e bebida, o que se chama de harmonização, vai muito além. Os especialistas levam em conta quatro sensações gustativas do prato (gordura, untuosidade, suculência e aromaticidade) para determinar qual tipo de vinho é mais capaz de realçar tais características em perfeito equilíbrio. Parece complicado e de fato é. Trata-se de um aprendizado que exige sensibilidade e conhecimento dos princípios básicos tanto no mundo dos vinhos como da gastronomia, o que só se dá na última etapa nos cursos especializados.

Observação:
Os espumantes de qualidade, em especial os Champagnes, combinam com todos os tipos de queijo.
Alimentos que não combinam com vinho:
· Temperos acentuados: Curry, dendê, shoyu, wasabi etc.
· Alimentos ácidos: vinagre, limão, laranja, grapefruit, kiwi etc.
· Verduras e legumes: alcachofra, aspargo, Couve etc.
· Outros: ovo, chocolate, sopa, feijoada etc.

AUDIÇÃO...
O tilintar das taças costuma ser o prenúncio de um momento de puro deleite. E, quando se fala em brinde, a primeira bebida que vem à mente é o espumante (vinho que sofre uma segunda fermentação, no qual adquire borbulhas). Pode ser o champanhe francês, o prosecco italiano ou um dos genéricos fabricados ao redor do mundo. Sinônimo de celebração, a bebida há muito deixou de ser um luxo para poucos. A preços cada vez mais acessíveis, o espumante nacional já goza de incontestável prestígio entre os sommeliers e tem feito bonito em concursos no exterior. Versátil como ele só, o espumante harmoniza com tudo a qualquer hora do dia ou da noite, do brunch ao jantar de gala.

BENEFÍCIOS DO VINHO
Uma taça contendo cerca de 120 ml de vinho tinto contém aproximadamente 80 calorias, em comparação às 75 calorias de vinho branco e às 175 calorias de vinho doce. Embora em pequenas quantidades, muitos vinhos contêm minerais; o vinho tinto, por exemplo, contém traços de ferro.Na década de 90, descobriu-se que os franceses apresentavam um menor risco de morte do que os norte-americanos, apesar de ambos os povos terem o mesmo nível de colesterol e, ainda pior, os franceses ingerirem muito mais gordura saturada.
Como pode? Essa questão foi denominada o "paradoxo francês" e deu origem a inúmeros estudos. A cada dia surgem novas pesquisas tentando desvendar os mistérios daquele que foi identificado como o salvador da saúde dos franceses: o vinho.
Ao contrário do que alguns comentários preliminares indicavam também o branco, e não só o tinto, pode ser responsável por:

· Prevenir de resfriados ao câncer;
· Controlar a hipertensão;
· Reduzir o risco de problemas cardíacos e, nos casos de pessoas já doentes, ajudar a evitar um segundo infarto;
· Em idosos, diminuir o risco de desenvolver problemas mentais.
É claro: os benefícios se resumem ao consumo moderado de vinho - no máximo 250 ml diários. O abuso do álcool, como se sabe, acarreta inúmeros problemas de saúde.

OS TIPOS DE VINHOS
Os tipos de uva utilizados, o processo de fabricação e a região onde são produzidos estabelecem os diferentes tipos de vinhos. Veja abaixo quais são eles quais as suas características:
Tintos
São produzidos com enorme variedade de uvas, com resultados que variam de acordo com a região e as técnicas de produção empregadas. Podem ir dos mais leves e refrescantes, que devem ser bebidos imediatamente, a vinhos extremamente densos e encorpados.
Outros são fortes, com grande concentração e cor profunda.
Brancos secos
Feitos com uvas brancas são jovens e frescos e mais simples - sem profundidade de aromas e sabores. Podem também ser frutados e aromáticos. Há ainda os encorpados e aromáticos: são os Bourgogne brancos - feitos de Chardonnay e maturados em barris de carvalho.

Brancos doces
São os chamados vinho de sobremesa. O doce característico vem da própria uva, sem a adição de açúcar. O mais famoso é o francês Sauternes, da região de Bordeaux (uvas Sémillon e Sauvignon). RosésProduzidos com uvas tintas. Durante a vinificação, a casca é retirada no meio do processo, de forma que tinja apenas levemente o vinho.

Espumantes
Feitos de uvas brancas ou tintas, na maioria das vezes dão origem a vinho branco ou rosé, com gás.

Fortificados
Produzidos como vinhos de mesa, têm adição de álcool (chega a quase 20% de teor alcoólico), são mais doces e têm maior durabilidade. É o caso do vinho do Porto e do Madeira (Portugal), do Jerez (Espanha) e de vinhos utilizados em sobremesas, como os franceses Muscat de Beaunes-de-Venise, Rivesaltes e Banyuls e o português Moscatel de Setúbal. São normalmente mais acastanhados.

PARA CADA VINHO, UMA TAÇA
Existem diversas taças, adequadas para os mais variados tipos de vinhos.
Mas não é preciso ir tão longe. É possível servir corretamente sem fazer feio, segundo a sommelier Anna Rita. Confira abaixo:
· Para os tintos, escolha um modelo para Bordeaux. “Como esse vinho reúne algumas das uvas mais comuns do mundo, sua taça se presta a servir a maior parte dos tintos.”
· Compre uma versão para os brancos, Ela também servirá para os rosês e os vinhos de sobremesa.
· Espumantes pedem taças estreitas, do tipo flûte. “Nas de boca larga, o gás se dissipa rapidamente”.

Esse é o básico, quem quiser pode também incluir essa específica para vinho do porto.

· Taça Porto Ideal para o vinho do Porto, que é extremamente alcoólico (20%) e possui muitos aromas.
A taça é pequena, com bojo pequeno em relação à altura.
Atenção:
Se você não tiver copos de cristal, você pode servir em copo de vidro comum. O vinho não vai deixar de perder a importância se ele for de boa qualidade. Vinho ruim é imperdoável e inesquecível, uma vez que a dor de cabeça pode quase se perpetuar.
Vejam quais são as quantidades que você deve servir por pessoa.

· 1 taça de vinho ou espumante no aperitivo
· 1/2 garrafa durante a refeição
· 1 taça de vinho com os queijos
· 1 taça depois do jantar

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