Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa


Nascido na nobreza francesa, possuía uma linha de ancestrais de nomes aristocráticos. Seu pai era o conde Aphonse de Toulouse-Lautrec-Monfa, e sua mãe Adéle Tapié de Céleyran. Queriam seus pais que o filho seguisse com esmero o mesmo caminho nobre de toda a sua família, tanto materna quanto paterna. Certamente queriam eles que Henri se tornasse um excêntrico caçador de falcões, mimado pelos caprichos da corte. Porém, desde jovem, o rapazinho desprezava a opulência, considerando-a enfadonha.
Toulouse-Lautrec sofria de uma doença desconhecida em sua época. Certamente uma distrofia poli-hipofisária, ou seja, um desenvolvimento insuficiente de certos tecidos ósseos. Sofre dois acidentes em sua juventude e acaba fracturando o fémur esquerdo e direito respectivamente. Os ossos mal soldados fazem com que Henri não ultrapasse a altura de 1,52m. Porém, o jovem não se deixa abater por tal infortúnio. Em seus longos períodos de cama, Toulouse-Lautrec faz desenhos e pinta aquarelas, abrindo espaço para seu incrível talento que ainda se desfraldaria.
Aos dezesseis anos, vai estudar pintura com Léon Bonnat, professor rígido que não o agrada. Logo depois vai estudar com Fernand Cormon, cujo estúdio ficava nas ladeiras suburbanas de Montmartre, em Paris. É lá que Lautrec descobre a inspiração que lhe faltava. Muda-se para aquele bairro de má fama e encontra seu lugar entre trabalhadores, prostitutas e artistas de caráter duvidoso. Começava sua nova vida.





Two Women Waltzing

Frequentador assíduo do Moulin Rouge e outros prostíbulos, o pequeno nobre acaba se acomodando muito bem naquele ambiente tão estranho que seus pais nunca aceitaram em ter o filho. O tema principal das pinturas de Toulouse-Lautrec era a vida boémia parisiense, que ele representava através de um desenho que lembra a espontaneidade do desenho satírico de Honoré Daumier, e uma composição dinâmica que poderia ter sido influenciada pela fotografia e as gravuras japonesas, dois fatores de grande importância cultural no fim do século XIX.
Testemunha da vida nocturna de Montmartre, Henri não apenas faz pinturas, como também cartazes promocionais dos prostíbulos e teatros, fazendo-se presente na revolução da publicidade do século XIX. O cartaz litográfico colorido é uma nova ferramenta de divulgação de locais de lazer parisienses. Trilhando o caminho de Jules Chéret, assim como Alfons Mucha, Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes, definindo o estilo que seria conhecido como Art Nouveau.
A habilidade artística de Lautrec é bastante reconhecida, tanto pelos seus amigos da classe baixa quanto por críticos de arte. Participa do Salão dos Independentes em Paris, da exposição dos Vinte e das galerias de Boussod e Valadin.
Em 1899, a vida desregrada e o excesso de álcool finalmente cobram seu preço do artista aleijado. Lautrec sofre de crises e é internado numa clínica psiquiátrica. Ao sair é constantemente vigiado para que não beba e não volte a frequentar os bordéis, vigilância que ele consegue burlar. Sua saúde vai-se deteriorando cada vez mais, até que em 1901 não é mais capaz de viver sozinho. Henri despede-se de Paris com a certeza de que está com os dias contados. Sofre ataques de paralisia e quase não consegue mais pintar.
Em 9 de Setembro de 1901, Henri de Toulouse-Lautrec morre nos braços de sua mãe, às duas horas e quinze minutos da manhã. E o mundo perde um pequeno gigante no domínio da arte.

Comentários

  1. Muito obrigada por toda essa informacao a respeito de Toulouse Lautrec. Sou fa desse grande pintor. Tive oportunidade de ver uma, apenas uma de suas obras em Paris, no Petit Palais. Tenho gravuras dele, que obviamente sao falsas.. mas esta valendo!
    Ja li muito sobre Toulouse Lautrec, e sempre procuro maiores informacoes.

    Abracos e muito obrigada!!

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